Como foi visto no anterior artigo de Programação Matemática, um
Problema de Programação Linear (PPL) após a sua formulação apresenta-se na forma:
Max (ou Min) z = F(x1, x2, ..., xn) = c1 x1 + c2 x2 + ... + cn xn
s.a.
g1(x1, x2, ..., xn) = a11 x1 + a12 x2 + ... + a1n xn, =,b1
g2(x1, x2, ..., xn) = a21 x1 + a22 x2 + ... + a2n xn, =,b2
...
gm(x1, x2,
..., xn) = am1 x1 + am2
x2 + ... + amn xn, =,bmMas esta forma na maior parte das vezes não é adequada como ponto de partida para uma resolução. Existem muitos métodos para resolver problemas de programação linear, e a maior parte deles requer uma simplificação que se traduz na adaptação à notação matricial, e que esta facilmente pode ser introduzida em qualquer aplicação ou folha de cálculo que possua algoritmos de resoluções deste tipo de problemas. Assim, dever-se-á determinar todos os coeficientes efectivos necessários ao uso de qualquer método e algoritmo.
Forma Geral
Aos coeficientes ci dá-se geralmente o nome de custos.
Este PPL diz-se estar na forma geral porque a função
objectivo (f.o.) pode ser maximizada ou minimizada e as restrições
podem apresentar qualquer das três formas {,=,}.
Nesta forma admite-se que um PPL possa apresentar variáveis,
Um PPL diz-se estar na forma canónica quando:
- pretende-se maximizar a função objectivo;
Ainda, diz-se que um PPL encontra-se na forma standard
quando:
- pretende-se maximizar a função objectivo;
- as restrições forem
do tipo = ;
Para resolver um PPL, é geralmente necessário que se encontre na sua
forma mais amigável - a forma standard.
Forma Canónica
1. No caso de o problema ser uma minimização pode dizer-se que
minimizar uma função é equivalente a maximizar a sua simétrica, isto
é,
Min F = Max G (em que G = -F).
- Se se tiver uma restrição com sinal = é possível
rescrevê-la,
ai1 x1 + ai2
x2 +...+ ain xn = bi <=>
ai1 x1 + ai2
x2 +...+ ain xn <= bi e ai1 x1 + ai2
x2 +...+ ain xn >= bi
3. Quanto à imposição de não negatividade das variáveis:
- Quando se tem
uma variável não positiva xi <= 0, deve considerar-se yi = - xi >= 0, e assim substituir todos os xi por -yi tanto na f.o.
como em todas as restrições.
Forma Standard
A passagem à forma standard é mais simples por não envolver mais
alterações na f.o. nem nas variáveis, ficando apenas por transformar todas as restrições em igualdades. Este procedimento é conseguido
com a introdução de novas variáveis designadas por folgas ou desvios
( fi >= 0).
Com
efeito, verifica-se facilmente que para a restrição i existe um
real fi >= 0, tal que,
Em notação matricial, pode escrever-se um PPL na forma standard:
s.a.
onde X é vector-coluna das variáveis incluindo as folgas e outras
variáveis artificiais que mais tarde poderão figurar no sistema; CT é o
vector-linha dos custos correspondentes; A é matriz de coeficientes
das restrições; B é o vector-coluna dos termos independentes (t.i.)
das equações das restrições.
Usualmente a resolução por qualquer método de programação linear
parte de uma solução inicial ou de arranque, que no caso da Origem
do referencial ser uma solução admissível, será poderá ser essa a solução inicial; fazendo x1,
x2, ..., xn = 0 então tem-se X = 0 e em (*) fi
= bi o que significa que se Xf for o
vector-coluna apenas das variáveis de folga e artificiais então Xf
= B.
Exemplo 2: Colocar o seguinte programa na forma standard:
Pode observar-se que de facto o problema encontra-se na forma geral de acordo com o que se dispôs anteriormente. Mas devem ser feitas algumas alterações para reformulá-lo, primeiro para a forma canónica e depois para a forma standard:
Na função objectivo: uma vez que Min F = Max G (com G = -F),
Min F = 8 x1 + 4 x2 - 5 x3 <=> Max
G = - 8 x1 - 4 x2 + 5 x3
Quando for determinado o valor óptimo G*, então ter-se-á também F* = -G*
Nas restrições
A primeira restrição já está com o tipo que se pretende para a forma canónica.
A segunda restrição será multiplicada por -1, e obter-se-á,
A terceira restrição poderá ser rescrita como o sistema,
e portanto
Nas variáveis
A variável x1 é não negativa e não precisa de ser alterada.
A variável x3 é livre, mas podemos rescrevê-la como diferença entre duas outras variáveis não negativas: x3 = y3 - z3 , y30 , z30.
Em resumo, apresenta-se o problema na forma canónica,
Em resumo, apresenta-se o problema na forma standard,
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